segunda-feira, 18 de junho de 2018

Antissocial

Hoje, num mundo conectado, é muito comum vermos a distância entre as pessoas. Parece uma piada dizer que estamos tão cheios de bens tangíveis e cada vez mais infeliz com os intangíveis (o que é intangível pode ser considerado um bem?).
Tal infelicidade tem ligação direta com a conectividade: Vemos, queremos, amamos o tátil. Compramos usamos, exibimos, (nos) abusamos e queremos mais disto, por incrível que pareça.

O valor de uma pessoa considerada "sociável" é medido por números gerados pela tecnologia. Números que são um aconchego para o ego, mas frios para as necessidades afetivas reais. Uma pena.


Recentemente, conversando com uma amiga de uma não longa, mas considerável data, relembrei de um caso que ocorreu a pouco mais de um ano atrás. Vou tentar resumir abaixo:

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Final  de tarde: Eu sentado num banco conversando com uma conhecida da faculdade. Nós já estávamos tendo um bom papo a alguns dias e eu decidi me aproximar de maneira mais íntima. Então, olhando no olho e bem próximo dela tentava puxar uma conversa um pouco mais afetuosa (é meu estilo, não me julguem). Estava tentando "socializar", se é que me entendem.

Em determinado momento, ela disse: - Você não têm amigos?

Eu: - Sim, tenho.

Ela: - É que eu não vi você pegar no celular no tempo em que estamos conversando aqui.

Eu: - Eu não fico o tempo todo no celular.

(ela estava toda hora mexendo no dela, a propósito)

Ela: - Mas eles não conversam com você?

Eu: - Não o tempo todo. Não gosto muito de ficar no celular direto. Prefiro uma conversa pessoalmente (imaginem eu fazendo uma cara caliente) mesmo que seja por pouco tempo, do quê ficar horas falando (digitando) à distância.

Ela: - Mas você é todo antissocial!

Eu: - Porquê?

Ela: - Porque eu tô direto aqui com todo mundo online e você não!

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Decidi encerrar a conversa por aí. Não teve mais clima depois dessa.

A mesma amiga que eu conversei recentemente, disse: - Na sociedade de hoje ela tá correta

Sociedade de hoje? O que mudou desde que aprendi a me relacionar com as pessoas (tenho menos de 30). Será que hoje, o fato de eu não ter muita gente (quase ninguém) conversando comigo via internet me torna antissocial?

Sou adepto de ficar mais próximo das pessoas que gosto, mesmo sendo um cara muito sério nas relações. Estou ficando frio com o nível de proximidade que existe hoje, quase nula. Fico sem jeito de demonstrar afeto porque parece que não é recíproco para com a minha pessoa.

Nasci na época errada ou a garota do meu flerte estava certa?

domingo, 3 de junho de 2018

Insônia

Duas da manhã e eu aqui, sem sono. Nada incomum na minha rotina, mas hoje é diferente.
Diferente por estar lembrando do que deveria ter feito, de frases que deveria dizer e de coisas que não deveria ter feito.
Diferente por pensar em como seria se tivesse feito aquilo que pensei, mas não fiz quando devia, por medo, ou por quaisquer outros motivos.
Diferente por lembrar de pessoas que faziam parte da minha vida e que por um motivo ou outro não fazem mais, e, que algumas delas escolheram isto, parte por minha culpa, parte pela sequências de acasos que nós, com medo da nossa liberdade, chamamos de destino.
Profundo não? É o que ocorre quando libertamos a mente para pensar sobre o que devemos realmente pensar.
Confuso? Sim! Dentre várias dúvidas que tenho, uma incomoda mais que todas neste momento: Será que estou sozinho nessa ou você me acompanha nesta reflexão?
Arrependa-se do que fez, não do que não fez
Tenha uma boa noite e pense se o que você faz vale a pena ou se está apenas passando pelo mundo sem deixar marcas